Especialista em acne reconhecido mundialmente.
Particularidade do clima e pele da consumidora brasileira na incidência de acne.
Sabemos que a acne é muito frequente em todo o mundo. Os números são impressionantes. Dados da última década revelaram que a doença é a oitava mais frequente entre todas e que cerca de 850 milhões de pessoas são acometidos pela presença de espinhas; sendo que 20% delas apresentam a forma mais grave.
O alvo da doença é a glândula sebácea. Essa estrutura é a responsável pela produção do sebo e começa a funcionar a partir da puberdade. Na acne, devidos a múltiplos fatores associados, ocorre uma prolongada inflamação da pele, que pode chegar a destruir completamente essa glândula.
Com relação a sua distribuição, as regiões com maior concentração são a face, a parte superior das costas e o colo. Na face, na chamada zona T, envolvendo a testa, o nariz e o queixo, a densidade das glândulas sebáceas chega a 400 unidades por centímetro quadrado. Impressionante né?
Também é de conhecimento recente que todas as formas de acne podem levar a formação de cicatrizes, os tão temidos “furinhos na pele”. Com relação a isso, os pesquisadores descobriram que o tratamento efetivo e precoce é capaz de reduzir a chance do aparecimento dessas marcas e até mesmo melhorar o aspecto daquelas já existentes.
Embora mais frequente nos adolescentes, a acne não é exclusividade deles. Os adultos também podem apresentar a doença, de forma prolongada, e nesse caso as mulheres são as mais acometidas.
Fatores genéticos, hormonais e a presença de uma bactéria especial estão envolvidos, em associação, como a causa dessa doença.
Mas o que mais pode influenciar a presença ou mesmo a gravidade da acne na população do nosso país?
Pensando em fatores externos, temos alguns pontos importantes para discutir. Tecnicamente chamamos de expossoma, o conjunto de fatores externos que influenciam a nossa saúde, e a pele, como órgão de interface, aquele que primeiro entra em contato com esses fatores, sem dúvidas está sujeita a muitas interações.
Pesquisadores têm nos ajudado a compreender melhor as interações da pele com o clima, a alimentação, alguns hábitos, o estresse, certos medicamentos e mesmo cosméticos, quando inadequados.
Pensando no Brasil, nossa geografia nos coloca em uma região climática de predomínio tropical. Esse clima é caracterizado pela presença marcante de duas estações do ano. Uma delas quente e úmida, que se estende de dezembro a março e ocorre por influência do avanço de massas de ar úmidas (equatorial e tropical atlântica), ao passo que a outra, o inverno, apresenta temperaturas mais amenas e tempo seco. Devido a nossa latitude, em todas as estações do ano, estamos sujeitos a alta exposição a radiação ultravioleta. Curiosamente, muitas regiões centrais da Europa não chegam a receber durante o verão a quantidade diária de radiação que recebemos em nossos dias de inverno.
Parte desses fatores climáticos, como o calor e a alta umidade, estão relacionados a piora da acne e/ou episódios agudos de aparecimento de espinhas, conhecidos como “acne tropical”. Para cada aumento de um grau Célsius na temperatura é descrito um incremento de 10% no volume total da secreção sebácea.
Outra pesquisa interessante revelou que a exposição intensa a radiação solar, principalmente aos raios ultravioleta, induzem a um aumento do tamanho da glândula sebácea e da aparência dos poros, piorando a seborreia e a acne. Aqui não podemos esquecer que parte dessa radiação, principalmente o ultravioleta A e a luz visível, prejudicam o clareamento das manchas formadas no processo de cicatrização das espinhas.
Outros fatores que podem impactar negativamente na formação da acne.
Além do clima, há outros fatores que podem também, de forma individual, impactar negativamente no curso dessa doença.
A alimentação, quando rica em carboidratos de alta carga glicêmica, está correlacionada a piora da acne. Dados recentes, inclusive relacionados ao período da pandemia de COVID-19, confirmaram que os brasileiros reduziram o consumo de frutas e vegetais com aumento da ingestão de comidas industrializadas, as quais são, em sua maioria, tipicamente acnogênicas.
A poluição é outro fator que impacta a presença e/ou gravidade da acne. Estudos relacionados a esse tema, comprovaram que populações que vivem em cidades poluídas, como São Paulo, têm mais espinhas. Existem substâncias tóxicas, presentes na fumaça de fábricas e naquela produzida pela combustão dos motores dos automóveis que interagem com nossas células, levando a piora da doença.
A própria escolha do método contraceptivo pode ser vital para o tratamento da acne. Existem determinadas pílulas que ajudam no tratamento, mas por outro lado, há outras que ativam a glândula sebácea, causando piora da oleosidade e das espinhas.
Por último, não podemos esquecer do estresse. A evolução da medicina nos fez compreender, que em estados de estresse prolongado, o cérebro e os neurônios liberam muitas substâncias em nossa circulação. Uma delas, a substância P, é capaz que ativar as glândulas sebáceas e piorar a acne, uma verdadeira ligação entre as emoções e a pele.
Todos esses fatores, são extremamente frequentes em nossa população. Vivemos em uma país tropical, estamos concentrados nas regiões industrializadas, onde há maiores níveis de poluição e um ritmo de trabalho intenso, o que está associado a altos níveis de estresse e, por vezes, precisamos de medicamentos os quais podem também ser causa de piora da acne.
Assim, um olhar mais profundo e individualizado, entendendo não só a presença das espinhas em maior ou menor quantidade, mas também, quais as relações do indivíduo com o meio onde ele vive, é capaz de otimizar as orientações de tratamento, levando a uma medicina personalizada com melhores resultados.
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